05 Novembro — 31 Dezembro

Translocações da memória

Rui Apolinário

C. C. Cedofeita _Lote 67, Loja 67

Centro Comercial de Cedofeita

“A memória inteiramente fidedigna é um mito, (…)”

António Damásio

O conceito de translocação, tão caro à genética, aponta para uma espécie de movimento, metamorfose ou mudança que resulta numa “realidade” outra. Quando aplicado à nossa capacidade cerebral de reter informação para mais tarde poder ser usada, talvez não seja o conceito mais adequado em termos de interpretação, muito menos de uma possível explicação de carácter mais cientifico, dada a complexidade deste processo interativo (memória).
Apesar da reconhecida inadequação, este projeto fotográfico assume-se como proposta de reflexão sobre o impacto de uma experiência mnemónica pessoal, entendida como processo quer intelectual quer psicológico de representação, tendo como referentes ou coisas representadas as ruínas de um antigo complexo industrial, partindo de um conjunto de fotografias de cromossomas (de centeio) translocados.

Rui Apolinário, S. João da Madeira (1961). Licenciatura em Filosofia, FAC/FIL Braga. Frequentou o Centro de Arte de S. João da Madeira, 1988/1991, onde obteve formação nas áreas de processamento de películas fotográficas a preto e branco, diapositivos e impressão fotográfica (química). Posteriormente experienciou vários “workshops” na área da impressão de imagens fotográficas a preto e branco, alguns deles ministrados pelo Centro Português de Fotografia, assim como pelo laboratório “La-Chambre-Noir” em Paris. O seu percurso fotográfico (analógico e digital) tem vindo a ser divulgado através de várias exposições individuais e coletivas.