Semelhante é a qualidade daquilo, daquela ou daquele, que está entre “iguais”, que pertence à mesma espécie. Podemos falar línguas diferentes, aceitar e defender proibições e limitações, acreditar em distintas cosmogenias, usar quipá ou turbante, africano, árabe ou indiano e até criar deveres e rituais. Contudo, não deveríamos confundir as nossas construções culturais com a essência do que nos faz humanos e seja qual for o ponto de vista somos todos semelhantes.
Diáspora será o deslocamento, a dispersão de um grupo ou grupos de indivíduos, normalmente em grande número e muitas vezes forçado. Pressupõe a existência de fronteiras e de exclusão. Acentua a noção de dentro e de fora. Remete-nos diretamente para a questão da identidade.
A alteridade, pelo contrário, é a possibilidade de ver o mundo através da diferença, sem a querer diminuir ou eliminar, aceitando-a.
Se, à partida, viajar parece apenas a busca do exótico, é muito mais do que apenas a satisfação da curiosidade. Permitiu-me compreender melhor o que nos une, perceber o máximo divisor comum da espécie humana. É uma tentativa de responder a algumas perguntas: – Quem sou; Quem somos; Qual será o sentido; Haverá um desígnio? Entre outras.
A diversidade é impressionante e até, muitas vezes, conflituante. Se é inadiável preservar a Biodiversidade, também a Diversidade Cultural precisa de ser reconhecida, aceite e protegida. É ela que nos reforça enquanto uma só espécie. Basta imaginar um mundo monocultural para perceber os riscos de uma globalização que não respeite ou tente anular a diversidade cultural.
Confrontando as minhas (in)certezas com as (in)certezas dos outros consegui compreender quão semelhantes nós somos.
* Expressão em latim que significa “Semelhantes com semelhantes”
Nasceu em Gaia, em maio de 1962. Estudou Fotografia na Árvore – Cooperativa de Ensino Superior Artístico do Porto, de 1982 a 1985. Estudou Geografia na FLUP de 1984 a 1988. Expõe com regularidade, em resultado das suas explorações fotográficas.
Aprecia especialmente as potencialidades experimentais, estéticas e plásticas das câmaras estenopeicas, vulgarmente conhecidas por pinhole e também as suas particularidades ao nível do controlo de exposição e particularmente a possibilidade de as construir para cada projeto. Na sua opinião será a mais genuína “slow photography”, ou foto lenta.
Nesta senda adaptou alguns locais para se transformarem em câmaras fotográficas improváveis, nomeadamente uma capela e uma cabine de comboio. Recentemente aderiu também à chamada “mobile photography”, agradando-lhe particularmente a rapidez e a quase transparência do fotógrafo, mas também a facilidade de utilização e partilha. Em contraponto será a “fast photography” ou foto lesta.